domingo, 4 de novembro de 2012

Rotina. É impressionante como pronunciar essa palavra já trás melancolia pros meus olhos. 6 da manhã, café forte com um pedaço de chocolate meio-amargo, broas. Pego meu carro e faço o mesmo trajeto de sempre…Aquele mesmo senhor pedindo esmolas no sinal, aquele velho mercado que cheira à tomate amassado…Fila do banco, nada mais detestável que essa maldita fila de banco, as mesmas atendentes lerdas e os mesmos velhos rabugentos. Tinha um moço duas pessoas a frente, não era muito bonito mas transpirava desejo. Ele não estava mal-humorado como eu, parecia se divertir com tudo aquilo. Quis cumprimentá-lo mas o que eu iria falar?Passei vários minutos pensando nisso e como se ele adivinhasse meus pensamentos, olhou pra trás. Me fitou com aqueles olhos de fel e aquele olhar pareceu durar dias,semanas. Desejei-o como nunca antes, quis tê-lo ao meu lado nas manhãs frias e nas quentes também, talvez ele soubesse fazer capuccino. Acabou, sonhar custa tempo e como diz meu chefe tempo é dinheiro. Ele se virou e meu coração parecia uma bomba relógio prestes a explodir. Passou por mim e me fisgou com um sorriso torto, foi-se. — Marília Cadima

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