O amor é a beira de um precipício.
Você fica bem na borda e se delicia com as coisas que ele te
proporciona.A vista de cima é maravilhosa,é tudo muito claro,cheira
bem.É excitante sentir esse risco,dá frio na barriga,borboletas,lesmas…é
prazeroso sentir o vento beijar seu rosto.
Mas ai do nada você se desequilibra,mas não teima,a brisa suave segura seus pulsos e te traz de volta…e de volta,e de volta…
Até que você cai!Você tenta segurar,bate suas asas,grita,mas nada
adianta.Você sente calafrios,ventos velozes,sente enjoo e aí você bate
no chão,com a cara.Dói,dói muito,sangra.O choro vem sem pestanejar e
você acha que não tem nada em volta…
Aparece rastejando um monstro,vários.Solidão,saudade,pesar,medo.Você
corre até as costelas gritarem,mas eles estão bem ali do seu lado…
Passa o tempo e você se acostuma,se habitua como tudo nessa vida.Você
começa a gostar daquela solidão,ela é tudo que você tem.
Se você sente saudade do cume?do topo?Sim,mas logo depois se lembra
da dor e olha pra si e vê as cicatrizes e é a partir dai que resolve
ficar por ali mesmo,com suas asas quebradas,seu maço de cigarros e
aquela solidão que agora vive dentro de você.
— Marília Cadima
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